quarta-feira, 30 de junho de 2010

A PREPARAÇÃO FÍSICA NO FUTEBOL

As características do futebol e o treinamento de força

     Sugestão para evitar um desgaste excessivo, que poderia ser causado pela alta intensidade e o intervalo de recuperação insuficiente, é uma carga de trabalho mais suave aos atletas

     A capacidade física-força tem sido cada vez mais solicitada aos atletas de futebol. Conceitos como futebol-força, por exemplo, já se tornaram comuns no futebol profissional de alto rendimento. A força caracteriza-se, nesta modalidade, como talvez a única capacidade que pode ser treinada de maneira isolada.
     Uma vez que o futebol possui características bastante peculiares, como: o grande espaço do campo de jogo, podendo chegar a 120m x 90m nas suas dimensões máximas permitidas pelas regras; o período prolongado de tempo de jogo, com 90 minutos, sem contar os minutos de tempo recuperado ao final de etapa de jogo; o piso com gramados não padronizados, onde muitas vezes se encontra, em um mesmo campo de jogo, vários tipos diferentes de grama, seja ela alta, ou baixa, rala ou densa, e onde o piso pode ser duro, fofo, seco, encharcado, plano, com buracos ou ondulações; o horário de prática e os diferentes climas, indo desde próximo de zero grau em um jogo noturno no inverno, até 40 graus celsius em regiões tropicais à tarde e em horário de verão. Além, claro, do número elevado de atletas envolvidos na disputa (22), da grande heterogeneidade do grupo de jogadores, de suas funções dentro da equipe e dos diferentes sistemas de jogo e postura tática da equipe.

    Por todas essas razões, e dadas as características do futebol como uma modalidade aberta em que durante todo o tempo de jogo, há, conseqüentemente, problemas motores que exigem dos praticantes a adaptação da técnica em busca da solução (motora) para uma situação específica, a imprevisibilidade, a rapidez na tomada de decisões, assim como a inteligência tática, o tornam um jogo repleto de alternativas e predominantemente tático. Jogar futebol é estar buscando o tempo todo levar a bola para longe de sua meta (ações defensivas) e, ao mesmo tempo, tentando chegar o mais próximo possível da meta adversária, a fim de se consignar o tento.

     Isso exige percepção, estratégia, visão de jogo, rapidez de raciocínio, técnica apurada e um excelente e eclético condicionamento físico, com ótimos níveis de força, resistência, velocidade, agilidade e destreza.

     Talvez seja a modalidade esportiva com o maior número de variáveis envolvidas e onde o imponderável tem maior peso, sendo um jogo onde, não raras vezes, uma equipe mais fraca tecnicamente consegue vencer a mais forte.

     A resistência aeróbia torna-se básica na medida em que permite ao atleta suportar o tempo prolongado de jogo, sendo esta ainda predominante em termos de volume. A força é, por sua vez, o alicerce que torna possível a aplicação das capacidades anaeróbias e, ainda que em pequena escala devido ao elevado grau de dependência do componente genético, o desenvolvimento da velocidade e da potência. Além disso, ela contribui no aspecto preventivo das lesões músculo-articulares.

     Esse esforço anaeróbio, seja lático ou alático, é preponderante. São os lances que decidem os resultados dos jogos. Praticamente todos os lances em que está envolvida a disputa pela bola são de intensidade alta ou máxima e curta duração, ou seja, onde estiver a bola, haverá disputa, e onde houver disputa, haverá demanda de força, velocidade, potência: arrancadas; saltos; giros; frenagens, mudanças bruscas de direção, dribles e chutes.

     Nas outras partes do campo de jogo, distantes da zona onde está sendo disputada a posse da bola, os atletas estarão em atividades de baixa intensidade: trotando, andando, ou mesmo parados, recuperando-se para as disputas subseqüentes. Portanto, a intermitência e a imprevisibilidade dos tipos de esforços são constantes no jogo de futebol.

     No Brasil, em comparação com a Europa, por exemplo, joga-se muito (em torno de 70 jogos/ano), e, contraditoriamente, continuamos também treinando muito (volume) quando o natural seria que houvesse uma relação inversamente proporcional, embora, ao se comparar uma equipe de pequeno porte com um dos grandes clubes brasileiros, percebemos que o time pequeno treina muito mais devido ao fato de disputar um menor número de competições e jogos.

     Partindo desse princípio, deveríamos prestar mais atenção à questão do volume e ao tipo de treino a que submetemos os nossos atletas de futebol. Uma das questões a levantar seria o fato de haver, com muita freqüência, sessões de treinamento complexas, ou seja, com treinamentos concorrentes em seqüência. Numa sessão de musculação, por exemplo, geralmente não podemos aplicar intensidades altas em termos de percentual da carga máxima (80 a 90%), pois ao término dessa sessão, o atleta já será, invariavelmente, submetido a uma seqüência de treinamentos no campo (agilidade, tração, etc.), assim como também, no dia seguinte e nos subseqüentes, com outros treinamentos físicos, técnicos, coletivos e até mesmo jogos, que, teoricamente, seriam os momentos de intensidade máxima dentro do microciclo.
     Não há tempo suficiente, não há intervalo para uma plena recuperação (deveria ser de aproximadamente 48 a 72 horas), após um treino-força como citado. Por essas razões, sugiro como forma de preservar os atletas, uma carga de trabalho mais suave (em torno de 60% de 1RM) para evitar um desgaste excessivo que poderia ser causado pela alta intensidade e o intervalo de recuperação insuficiente. Resistência muscular, força e potência são trabalhadas na musculação e em circuitos de agilidade.

     Resistência de força é trabalhada na caixa de areia e através do trabalho de tração. Como o piso de areia não é específico da modalidade, essa só deve ser usada no período básico.

     De acordo com a realidade do calendário brasileiro, que disponibiliza de 15 a 20 dias, no máximo, para o trabalho de pré-temporada, costumo agir seguindo o padrão abaixo

Fonte: http://www.educacaofisica.com.br/noticias_mostrar.asp?id=5212

ENTENDA A DIFERENÇA ENTRE ISOTÔNICO E HIDROTÔNICO

Entenda a diferença entre isotônico e hidrotônico
e veja qual faz o seu perfil na hora da atividade física
     Uma dúvida frequente entre os esportistas é qual a melhor opção de bebida esportiva, as isotônicas ou as hidrotônicas. Mesmo com uma modificação pequena em suas composições, há sim diferença entre ambas. Entretanto, como são indicadas para o mesmo público-alvo, pode haver confusão na hora da escolha.



     O isotônico é uma bebida energética formulada através de água, carboidratos e uma alta concentração de sais minerais, o que é essencial para quem pratica exercícios físicos em alta intensidade. Como está na mesma composição do organismo do ser humano, a reposição de eletrólitos é bem mais rápida que o normal. No mercado encontram-se nesse segmento as marcas Gatorade, Powerade e Marathon.


     Já o hidrotônico é formada pelas mesmas substâncias que o isotônico, porém com menos eletrólitos, o que é mais indicado para atletas que fizeram um treinamento mais moderado, sem tanto desgaste físico e perda de água pelo suor. Esse repositor pode ser encontrado nas bebidas como o i9.



     Ou seja, quem praticar exercícios mais intensos e que resultem em um desgaste muito grande, é recomendado o isotônico. Para os exercícios mais moderados, mas que mesmo assim necessitem de uma reposição líquida de sais minerais, o hidrotônico é a melhor opção.

As funções

     A prática de exercícios físicos traz ao atleta um desgaste natural, o que faz dos repositores líquidos uma ótima opção para o corpo manter-se equilibado. “Com a prática de exercícios perdemos sais minerais, como sódio e potássio, e ainda gastamos energia. Estes produtos servem para repor isso e manter nosso rendimento no exercício”, afirma Luís Ricardo de S. Alves, nutricionista esportivo da Nutrição Fácil.

     Por causa do alto desgaste físico, a água pode não ser suficiente para recompor os sais minerais. “Quando corremos perdemos muito líquido pelo suor, e com ela também se vai os sais minerais. Então a água pode não ser suficiente para essa reposição, precisando dessas bebidas”, completa Ana Paula Souza, nutricionista da Clínica de Nutrição Santé.

Indispensável?


     Para muitos atletas, os isotônicos e hidrotônicos são indispensáveis e estão presentes nas maiorias dos treinos e provas. Mas, eles são tão indispensáveis assim? Para o nutricionista Luís Ricardo eles não são tão insubstituíveis.

     “Dependendo do tipo de treino e intensidade, os corredores não precisam deles em nenhum momento. Mas dependendo da prova, como uma maratona, esses produtos são indispensáveis, como também o uso de carboidratos”, diz.

     Para o seu uso, fica a dica da Ana Paula sobre o momento certo de usufruí-los. “Eles podem ser ingeridos antes, durante e depois da prova. Se o atleta se alimentou antes, é melhor esperar para bebê-los após 40 minutos. Ao final do exercício também é recomendável para equilibrar o nível celular”, finaliza.


Fonte: http://www.educacaofisica.com.br/noticias_mostrar.asp?id=9075